2009/03/02

Quem nunca "viu estrelas"... (a respeito do 1º Encontro sobre Astronomia, na Sabores do Livro, em São Pedro do Sul)

Quem nunca "viu estrelas" sem ter sequer erguido os olhos para o céu, quem?!...Para tal bastou, de certeza, que por uma só vez se tenha todinho(a) sentado sobre o pau do assento de uma cadeira sob o qual restavam ainda dedos seus!... Chiiiiiiiiiiiiiça, estrelas e mais estrelas em "constelações" sem termo, calhando até que pela dor se avistem "luzeiros, asas e orelhas", mesmo objectos voadores não identificados (OVNIs), não é verdade?!...Pois bem, há precisamente 400 anos que Galileu botaria os seus ao universo, observando Júpiter e seus satélites, Saturno com suas asas ou orelhas em volta, o Sol e suas manchas, a Lua com sombras, Vénus (grande luzeiro para Poente) e suas fases..., o que lhe poria "a cabeça a prémio" (segundo o professor Hermínio), já que contra o parecer da Igreja de que a Terra era o centro do universo. Não, meus amigos, sim o Sol, concluiu. É, e se o gelo e umas pomadas amainarão os ais e os uis pela dita entaladela, certo é que o caso se não resolve, por vezes, assim a bem, tendo mesmo que socorrer-se de Raios X, de talas e de gesso, até de anestesia e de bisturi, não é?!... Lá calha, felizmente, também, que os instrumentos de observação à mão comprovam que os ossitos não quebraram e que a negritude da(s) unha(s) será passageira como borradela de verniz. Sorte, é o que é. Na Astronomia (disciplina científica que estuda os astros no universo) os instrumentos de observação são outros: máquina fotográfica, computador, câmara de vídeo, aparelhos digitais, satélites em órbita, sondas, robots..., sendo que os nossos olhos são, quem diria, um excelente instrumento de observação dos astros!... Experimente deitar-se de costas, já agora, durante cerca de 15 minutos, com os olhos fechados, combinado? Ok, assim mesmo: contando carneiros ou tão só imaginando-se em Agosto, sob couqueiros, ali pela Praia da Vagueira. Isso, fechados, sempre bem cerradinhos, que por lá nem cornada de ovino nem porrada de côco, é o que lhe afianço! Acreditava não, pois não?!... Como vê, apenas um quarto de hora e a sua visão está agora habituada à escuridão. Com ela (ensinou o professor Alberto) observamos o Sol, a Lua, a Estrada de Santiago (até os não peregrinos, junto eu!), Marte, Mercúrio, Vénus, Júpiter, Saturno e mesmo Urano, no limite da visibilidade humana; mas, se usarmos um binóculo (cerca de 50 vezes mais a nossa visão), veremos grande diversidade de enxames de estrelas, estrelas duplas, bastantes nublosas, etc. Entaladela de dedo(s) não é coisa que se deseje, é um facto, mas... morrer por pneumonia, derivado às agruras do tempo em observação dos astros, menos ainda, não acha?!... Pois olhe, foi exactamente o que aconteceu com Conceição e Silva, primeiro astrónomo português. Azar, é o que é. Pois sim, 2009 é o Ano Internacional da Astronomia (AIA), durante o qual se pretende, em síntese, divulgar a Astronomia como disciplina científica, mostrar o seu impacto em cada Cultura e comemorar, conforme dito antes, o 4º Centenário das observações e estudos de Galileu. Neste contexto, estão programadas diversas actividades em Portugal e no estrangeiro. De palestras e simpósios a encontros para observação dos astros, relevo aqui os apagões previstos em alguns locais do país e do mundo, justamente para que as pessoas melhor possam olhar o céu, aliás, tal qual o faziam antigamente de forma repetitiva. Daqui algum do conhecimento empírico relativo à sucessão das estações do ano ou ao tempo de semear e de colher, por exemplo. O nosso Seringador ou Borda d'Água é disso um exemplo vivo. Inteligente que é, o Homem inventaria o telescópio, basicamente composto por um tubo com lunetas telescópicas, captando imagens por refracção da luz. São vários os modelos e os preços, sendo que o telescópio de Newton é porventura o mais fiável e barato. De sublinhar que a principal característica deste instrumento de observação é a abertura, ou seja, o diâmetro da sua objectiva; a amplificação é por nós (observadores) feita com as várias oculares existentes. Para apontar este ou aquele ponto no universo há o apontador a laser. Neste universo ele há coisitas difíceis de entender, na verdade: ora, se não é de todo comum entalar o(s) dedo(s)ao chegar a cadeira à mesa de repasto, se não será assim tão fácil (digo eu!) percebermos que "somos filhos duma explosão", o que dizer do facto de "em Vénus o dia ser maior do que o ano"?!... É, já que não esteve no 1º Encontro sobre Astronomia, na Sabores do Livro, em São Pedro do Sul, convido-o(a) a visitar o site astronomia 2009. Percorra espaço(s) também seu, mas... não apenas seu, não apenas nosso, ok? Ele há 100 mil milhões de galáxias no universo, sabia?!... E já agora, desengane-se: pensa você que é de um dado signo, mas... olhe que não, olhe que não! (segundo o professor A. Bandeira) Aos três, aos professores Alberto, Bandeira e Hermínio, lanço este desafio: arranjai meia dúzia de pontos de observação e convidai astrónomos amigos para orientardes, em data(s) a combinar com as autarquias, outros tantos Encontros de observação dos astros. Por que não estendê-los, em particular, aos mais jovens, aos mais idosos e aos aquistas a frequentarem as Termas de São Pedro do Sul?
jão cerveira, 1 de Março de 2009

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